Certo. Para nós, brasileiros natos que, se não morrem, matam, gambiarras, roubalheiras e confusões não são novidade nenhuma. Na verdade, são até parte do nosso dia-a-dia, e a gente mal vê problema nisso. Mas, ainda assim, eu acho sacanagem darem uma abrasileirada dessas no Pan.
Pois é, pelo título, já dá para deduzir: resolveram fazer uma gambiarra no Pan, que deu em tapetão. Para quem acompanha futebol, isso é clássico: o mau perdedor alega que o atleta X tinha menos fios de cabelo do que o que constava na inscrição e, com isso, abre todo um inquérito, faz uma confusãozinha, põe grana por debaixo do pano, e vira um mau vencedor, deixando o outro cara no chinelo.
Mas eu ainda acho sacanagem fazerem isso no Pan. Tudo bem, é o Pan do Brasil, no Rio de Janeiro, que já teve direito a hiperfaturamento, cama quebrada e todos os outros rolos, mas é sacanagem.
Primeiro, na ginástica. Ao que parece, uma atleta mexicana não tinha sido inscrita como atleta e, por isso, o México perdeu a medalha de bronze na competição por equipes. Honestamente: como atleta ou não, ela ganhou, não ganhou? Então, a equipe do México é melhor? Qual o problema da medalha, então, uma irregularidade meramente burocratizada (que eu duvido que o México tenha querido cometer)? Sinceramente, eu ainda acreditava que o Pan era uma competição amistosa, onde os melhores seriam reconhecidos.
Depois, no hipismo e na esgrima, uma porrada de gambiarras para usarem a equipe que quisessem, e não a que se classificou. Gambiarras, gambiarras.
Terceiro, o ciclismo, com um pouquinho de nepotismo (que para nós também está longe de ser novidade), com o técnico colocando o filho para competir e dispensando os melhores atletas.
No judô, um juiz cubano (naturalizado americano, mas cubano) deu a vitória a um cubano, contra o Schlittler (brasileiro). Sacanagem. Contra ISSO eu acho justo lutar.
Sabe o que me dá medo? Muita gente vai achar que o tapetão ‘tá certo. Que irregularidades como um erro na inscrição fazem com que a equipe não seja mais a melhor. Isso é brasileiro demais.